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BIENAL'21

TRAFFICKING THE EARTH

Xavier Ribas, Ignacio Acosta, Louise Purbrick

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14 de maio - 26 de junho de 2021

Inauguração: Sexta-feira 14 de maio (das 19 - 21 h)

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Esta exposição está organizadda conjuntamente con a Bienal de Fotografia do Porto 2021.

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Trafficking the earth (Traficando a terra) é uma colaboração entre os fotógrafos Xavier Ribas e Ignacio Acosta e a historiadora da arte Louise Purbrick. Como os autores explicam no texto introdutório, “esta pesquisa documenta o movimento da riqueza mineral do Chile e a sua incorporação nos mercados globais e nas paisagens europeias. Salitre e cobre são o seu foco. Deserto e cidade, escombreiras e casas de campo, ruína e regeneração, paisagem e arquivo, Chile e Grã-Bretanha: são os pólos do mesmo circuito do capital baseado na transformação do salitre e do cobre em materiais industriais”.

Cada um dos autores aborda a questão duma perspetiva particular que compõe um fragmento duma história comum. Xavier Ribas examina o legado do investimento britânico nas minas de nitrato do Chile no final do século XIX e início do século XX e a sua implicação no tráfico global. Através duma exploração de lugares, objetos e imagens, Ribas considera os efeitos dinâmicos do salitre, examinando as cenas originais das detonações e os vestígios duma história de violência e exploração.

No que diz respeito a Ignacio Acosta, ele estuda o movimento global do cobre, outrora extraído da terra e absorvido por uma economia capitalista. As suas fotografias são uma investigação sobre uma política global de mineração de cobre, fazendo visíveis ligações ocultas entre a poluição ambiental e a acumulação de capital. A historiadora Louise Purbrick, do seu lado, reflete sobre o próprio assunto por meio dum ensaio. Os seus textos procuram captar com palavras os resíduos da mineração e, assim, reconhecer a perda material das paisagens chilenas: o salitre e o cobre se tornaram –e estão a se tornar– meros valores de troca comercial.

 

O projeto já foi apresentado no Museu de Arte Contemporânea, em Santiago do Chile (2017), e no Centro de Arte e Natureza, em Huesca (2019). Para a presente exposição, que faz parte do programa da Bienal de Fotografia do Porto 2021, a instalação consiste num mural de 200 documentos, imagens e textos, que recolhem "anacronias, deslocamentos, ponderações, … ", em que os autores rejeitam uma única imagem para favorecer relações múltiplas, como as que acontecem ao longo da cadeia de extração, manuseio, distribuição e comercialização de minerais. A instalação é concluída com o texto de apresentação e dois mapas que ajudam a tornar visíveis essas interligações. A primeira, The Invisible Corporate Network, mostra os diferentes agentes que operam na London Metal Exchange enquanto a segunda, Nitrate Companies listadas na London Stock Exchange, oferece os registos das empresas que negociaram com nitrato na capital britânica no ano de 1908.

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O livro Trafficking The Earth, publicado em coincidência com a exposição em Santiago do Chile e apresentado no âmbito do Simpósio "Causalidade, Materialidade e Mineração", organizado como um complemento à exposição, também pode ser consultado na galeria. A publicação pode ser baixada gratuitamente aqui. Ambas as monografias da obra de Xavier Ribas e Ignacio Acosta completam a exposição.

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Toda a programação da Bienal aqui.

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Trafficking the Earth
atravessa o passado e o presente, um refega-se no outro numa
dinâmica constante de transformação

Xavier Ribas. Fotógrafo, professor da University of Brighton e professor associado da Universitat Politècnica de Valência, o seu trabalho fotográfico investiga locais e histórias contestadas e geografias de abandono. Ribas esteve envolvido em muitas exposições internacionais, incluindo o Museu d'Art Contemporani de Barcelona (MACBA), o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), o Stedelijk Museum, o Bluecoat Liverpool, Belfast Exposed, Galeria Aperture, George Eastman House , Le Bal, Galeria Lewis Glucksman, Centro Huarte de Arte Contemporáneo e Centro de Arte Dos de Mayo (CA2M).

Ignacio Acosta é um artista e pesquisador chileno que mora em Londres e trabalha em lugares vulneráveis ​​por causa da exploração da ecologia pela intervenção colonial e capitalização intensiva. Trabalha com projetos de pesquisa interligados que envolvem um extenso trabalho de campo, análise pesquisadora, documentação audiovisual e escrita crítica em páginas web e materiais de significado simbólico. Exposições recentes do seu trabalho incluem: Zeppelin Museum Friedrichshafen, Alemanha (2020); Museum Västerbottens, Suécia (2020); Arts Catalyst, Londres, Inglaterra (2019); Museo de la Solidaridad Salvador Allende, Santiago, Chile (2019); ou Ájtte Museum, Jokkmokk, Suécia (2019).

Dotorada em Filosofia pela University of Sussex em 1993, a pesquisa atual de
Louise Purbrick examina como o passado permanece presente nas suas formas materiais. O seu trabalho recente como parte do projeto Traces of Nitrate, uma interpretação da arquitetura abandonada da mineração no deserto de Atacama no norte do Chile e os legados do comércio de nitrato na Grã-Bretanha, está em vias de ser publicado. Para além da pesquisa e da redação, a Louise atua como curadora e criadora.

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Tracesofnitrate.org

+ info

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Trafficking the Earth: Documents on Nitrate, Copper and Capitalism. PDF

Transformations Journal, Issue 33: Mineral Transformation and Resource Extraction: Pasts Presents and Futures. Southern Cross University, Lismore 2020. ISSN 1444-3775

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